Um Mundo Que Vive Invisível

Talvez o maior mérito da ECO 92 não venha a ser a tentativa de discussão e solução dos problemas ambientais do planeta, e sim, através de todo o marketing ecológico, a fotografia tem um papel fundamental. A natureza não é desconhecida de ninguém, pelo contrário, talvez de tanto vê-la em sua volta os homens deixaram de dedicar-lhe uma atenção maior, assim, a fotografia como cópia, isto é, imitação ou reprodução da natureza, poderia não ter um interesse especial, a não ser nas fotografias de Fernanda Chemale, onde além da natureza a artista soube captar o estético, o sensível, o perceptível e uma admiração reverente por esta natureza.

As fotografias não buscam ser belas pelo puramente estético, buscam, às vezes por sobre a estética serem belamente humanas e revelar um mundo que vive invisível, descobertos pela lente e pela lupa de Fernanda Chemale, desfilam como num filme de ficção científica: Os Terráqueos. As imagens poderão fazer compreender aos homens que a questão não é apenas experimentar e potencializar os recursos naturais, mas aprender a amar os seres viventes.

Roberto Schimitt-Prym

Porto Alegre, maio de 1992.