Fernanda Chemale sofre de uma curiosidade incurável. É salutar que possamos experimentar a convivência com essa curiosidade. Ao trabalhar com a materia-prima do autorretrato, Fernanda usa essa curiosidade como mapa para uma busca de si mesma. A autoralidade determina o norte. No uso de celulares como equipamento de imagem, se afasta do selfie em um giro de 180 graus. Leva aos lugares que visita, desloca padrões de tempo e espaço e cria texturas que introduzem sempre mais perguntas.

Neste trânsito interno, nomes da fotografia brasileira como Claudio Edinger, Tiago Santana, Titus Riedl, Eduardo Aigner, Marian Starosta surgem como espelhos de apoio, referenciais que apontam rumos. Fernanda deixa rastros e nos convida a encontrar as marcas de sua caça por si. Ao seguir essas marcas deixamos de ser o “outro”, o olhar que confronta a fotografia para lhe dar vida, e nos tornamos cúmplices desses rastros de dʼEus. Boa caminhada.

Carlos Carvalho
Curador

Rastros d’Eus reúne uma coleção de retratos que reverencia aquele que me contempla. Eu como ponto de partida do olhar do outro e do meu próprio olhar, um eu compartilhado, vivido e imaginado. A figura que me pertence é também daquele que me vê. O limiar da existência entre posse e pertencimento.

Fernanda Chemale

Artistas:

Allan Bastos e Coletivo Café com Gêlo – Alexandre Antunes – Ana Rodrigues – Ângela Berlinde – Claudio Edinger – Eduardo Aigner | Projeto Anônimos – Fernando Mantelli – Francisco Moreira da Costa – Juan Esteves – Maria di Andrea Hagge – Marian Starosta – Milton Guran – Ricardo Labastier – Varceli Freitas – Varceli Freitas Filho – Tiago Santana – Titus Riedl