A Rua Suspensa
A Rua Suspensa
A RUA SUSPENSA
Fernanda Chemale
Fotografia – Instalação
15 x 21cm
2008 | 2011 | 2013
Este trabalho foi construído e concebido na Travessa Venezianos uma rua tombada no bairro Cidade Baixa em Porto Alegre onde as construções são datadas do início do século XX e mostram uma arquitetura muito simples. Seu valor histórico reside em constituírem um grupo intacto de habitações populares típicas de muitas cidades brasileiras.
As fachadas resumidas a uma porta e uma ou duas janelas foram fotografadas de modo formal com um tripé em dia de luz muito alta em ponto de vista repetitivo, buscando mostrar o modo como estão dispostas na rua, sendo pegadas umas às outras em fileira. Já o grupo humano que habita e freqüenta esta rua foi fotografado em suas ações cotidianas em horário solar mais ameno e com a câmera na mão, buscando participar desta convivência.
Estes elementos juntos, casas e pessoas propõe a representação da Travessa Venezianos e remetem a uma cantiga popular: “Se essa Rua fosse minha eu mandava ladrilhar com pedrinhas de brilhantes para o meu amor passar…” que compõe este espaço em um imaginário de cidade do interior inserido como que suspenso na metrópole.
As caixas suspensas à altura dos olhos são compostas por fotos capturadas em 2008 e 2011 trazendo em uma das faces as coloridas e festivas fachadas das casas da Travessa o no verso as imagens de seus moradores. Na instalação original são 14 caixas na dimensão 15cm x 21cm, com uma espessura de 5cm contendo imagens nos dois lados maiores. São dispostas em duas linhas paralelas que se distanciam uma da outra por um espaço de 1,5m e possuem um intervalo de 10cm entre cada uma das caixas, tendo esta instalação um total de 4 faces e 2 entradas, simulando a idéia de uma rua por onde o espectador passa. As imagens desta rua são a arquitetura das casas. Em seu verso é exibido o lado humano.
A RUA SUSPENSA
Inspirado na Travessa Venezianos, uma rua tradicional de Porto Alegre no sul do Brasil e tombada pelo patrimônio histórico do município ”A Rua Suspensa” valoriza a arquitetura das fachadas pitorescas das casas, a vida de crianças brincando e a ação cotidiana das mulheres que se reúnem em frente à porta de casa. Em suma, a vida fluindo.
O imaginário de uma cidade do interior é representado por suas casas e habitantes inserido na metrópole. A Rua Suspensa afirma a poesia e o conforto de uma vida cotidiana, rotineira e tranqüila que está tão longe e tão perto das batidas monumentais de uma cidade grande ao mesmo tempo que afirma o exercício da memória.
A Rua Suspensa é uma instalação com
Na expansão da metrópole,
Encontra-se uma rua com o semblante do interior
Arquitetura: remete ao passado.
Calor humano: devolve o dia de hoje.
Nas casas, gerações de histórias.
Futuro, Novo, Passado e Antepassado.
Passagem do tempo.
Travessa no tempo.
Transformações,
internas e externas.
Viva e efervescente!
Vê nez i anos